O bilionário e o engraxate
A máquina de aquisições da logística. A guerra é feita com refrigerantes. Até onde o 5G alcança. The Memo by Howard Marks. Teleconferência de resultados: o que realmente importa?
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☕ Expresso de Notícias
Curto e sem açúcar
A máquina de aquisições da logística quer ser ainda mais digital!
Por @thiagomd_1.
Não sei se você sabe disso, mas boa parte dos serviços de logística prestados pela JSL (JSLG3), são terceirizados. A empresa possui uma rede com mais de 55 mil caminhoneiros cadastrados, que garante uma capilarização monstra no território nacional.
Sabe o que é o melhor? Todo mundo fica interligado através da central de operações da companhia, que faz o acompanhamento em tempo real dos motoristas, com sistema de rastreamento, fornecimento de informações de tráfego e controle do tempo do frete.
Pensando em dar uma turbinada nessa rede, a empresa comprou 100% da Truckpad e pagou 0 por isso. Na verdade, o preço foi assumir a dívida de R$ 10 milhões pendente no balanço dela.
A Truckpad é uma startup brasileira com quase 1 milhão de motoristas cadastrados, 70 mil ativos e mais de 18 mil empresas. O objetivo da plataforma é cortar a figura do agenciador de fretes e linkar empresas e motoristas através de seu aplicativo.
O app funciona parecido com o Uber: a empresa cadastrada lança um frete e espera aparecer motoristas interessados em levar a carga. Assim que ele aparece, a empresa consegue checar as avaliações daquele motorista na plataforma, antes decidir se fecha ou não o negócio. Se fechar, o motorista leva a carga, entrega, tira uma foto do comprovante e faz o upload no próprio app. Aí é só as partes se avaliarem.
Detalhe que a Truckpad ainda tenta achar um frete de retorno para o motorista, com base no local em que ele vai deixar a carga original.
Fato é que a JSL anda crescendo muito, como você vai poder ver no relatório da empresa que vai sair no segundo semestre no Vbox. No ano passado, a empresa fez quatro aquisições importantes: Fadel (compra iniciada em 2020), TPC, Rodomeu e Marvel. Com essas quatro empresas, a JSL passou a administrar mais de 1 milhão de metros quadrados de galpões logísticos, fortaleceu suas entregas last mile e começou a transportar produtos refrigerados.
Isso tudo somado aos serviços de logística dedicada da companhia, principalmente no setor primário (aço, celulose, minério, combustíveis), faz da JSL uma gigante, responsável por uma parte da logística de quase tudo que chega na sua casa.
Ao que parece, junto com o grupo Simpar (SIMH3), a empresa vem construindo um ecossistema próprio, pra facilitar a geração de valor dentro do próprio grupo e ganhar com o cross-selling. Não à toa, ela planeja oferecer serviços financeiros através da Truckpad, como: antecipação de recebíveis, crédito, venda e locação de caminhões, além de rastreamento em tempo real e otimização de rotas.
Por enquanto, a gestão vem entregando tudo que promete. Em Fato Relevante da última sexta-feira, ela reafirmou o guidance de crescimento da empresa, dado no Simpar Day de 2021: chegar em 2025 com Receita Bruta três vezes superior à Receita Bruta do período de 12 meses findo em março de 2021!
Pelo visto, a máquina de aquisições está bem lubrificada e funcionando a todo vapor. E com essa última aquisição, ao que parece, ela quer ficar ainda mais digitalizada!
A guerra é feita (também) com refrigerantes
Por @peedro_avila.
Algumas empresas ocidentais, como o McDonald’s, a Apple e a Coca-Cola, anunciaram a interrupção das vendas de seus produtos em território russo, como consequência da invasão da Ucrânia. Acontece que, mesmo sem essas marcas no mercado, a demanda por esses produtos continuou no país.
Foi de olho nessa demanda reprimida que uma fabricante russa de bebidas, a Ochakovo, lançou uma linha de refrigerantes que simulam as três principais bebidas da Coca-Cola: a Coca, a Fanta e a Sprite.
Por isso, se você fizer uma visita a um supermercado de Moscou, não vai ser só a inflação de quase 18% nos últimos 12 meses que saltará aos seus olhos.
Os produtos, lançados na última segunda-feira por lá, que já estão nas prateleiras dos principais supermercados russos, também vão causar certo espanto. Eles receberam os nomes (não muito criativos) de CoolCola, Fancy e Street.
Será que você seria capaz de descobrir qual imita qual? 😂 O mais incrível nessa história é que não é a primeira vez que esse tipo de coisa acontece. A Fanta, uma das principais marcas e maiores fontes de receita da Coca, também teve origem em uma guerra.
Durante a Segunda Guerra Mundial, existia uma política de restrição à entrada de produtos e mercadorias estrangeiras na Alemanha. Tal fato impediu que a fábrica alemã da Coca-Cola recebesse matéria-prima para a produção de Coca, o que impediu a produção do refrigerante.
Porém, assim como na Rússia atual, independente da Coca-Cola estar ou não no mercado, a demanda por refrigerantes continuava. Foi aí que Max Keith, chefe de produção da fábrica, liberou a criação de um novo sabor de refrigerante, chamado de Fanta — na verdade, “Fanta” vem da palavra alemã “Phantastischen”, que em português significa “Fantástico”.
No começo, a Fanta era produzida com matéria-prima abundante na Alemanha: a fibra de maçã e o soro de leite. Embora o sabor em nada lembrasse o da Coca, a sede por refrigerante e a propaganda do regime nazista fizeram ela alcançar um sucesso imediato.
Quando a guerra terminou, em 1945, os aliados tomaram o controle da Alemanha e a Coca-Cola voltou a ter o controle da sua fábrica, incluindo da marca Fanta. Porém, nos primeiros anos pós guerra, a Coca optou por interromper a produção do novo refrigerante, voltando a produzir apenas seu sabor tradicional.
Apenas em 1955, 10 anos após a guerra, que a empresa decidiu retomar a produção da Fanta, graças a uma sugestão da engarrafadora italiana de Coca-Cola. Bebidas cítricas faziam muito sucesso na Itália e a empresa achou uma boa ideia produzir um refrigerante com sabor de laranja.
Foi assim que, através de uma adaptação do nome usado durante a guerra, nasceu a Fanta Laranja, que é o sabor mais vendido até hoje. Atualmente, ao redor do mundo, existem mais de 90 sabores de Fanta, destacando-se a Fanta Uva, a Fanta Guaraná e a Fanta Maçã-Verde (que já foi vendida no Brasil).
Depois de saber isso tudo, as perguntas que ficam são:
Será que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia conseguirá impactar de maneira significativa o mercado de refrigerantes mundial?
Será que daqui a 40 anos, estaremos curtindo nossa aposentadoria bebendo uma CoolCola da Rússia de Putin?
Bom, enquanto esse dia não chega, vou me contentando com a deliciosa Coca de Café.
🔮 Especulando
Refletindo sobre (possíveis) efeitos de segunda ordem
Até onde o 5G alcança
Por @guilhermevcz
O leilão do 5G, que aconteceu em novembro de 2021, previa que as capitais brasileiras começassem a receber o sinal até o final do mês que vem. Porém, isso deve atrasar.
Os motivos são, mais uma vez, a escassez dos semicondutores e o lockdown na China que dificultaram a entrega dos equipamentos usados pelas empresas de telecomunicações.
Uma das metas definidas pela Anatel é a implantação de 1 ERB (Estações Rádio Base, em bom português: antena) pra cada 100 mil habitantes nas capitais.
O 5G promete entregar uma velocidade até 100x mais rápida que a do 4G. Porém, dado seu alcance de onda menor, ele precisa ter mais antenas distribuídas em intervalos menores do que o 4G. Estamos falando de uma quantidade de 5 a 10x maior que a atual! Hoje, de acordo com o edital do leilão, o Brasil possui 103 mil antenas. Logo, vamos pra algo entre 515 mil e 1 milhão delas!
Mas não é só o número de torres que precisará aumentar.
A TIM (TIMS3) calcula que o 5G trará um aumento de 30% a 40% no consumo de energia comparado ao 4G. Pra Vertiv, empresa de gerenciamento de redes, até 2026, as redes de telecomunicações devem consumir 150% a 170% a mais eletricidade do que atualmente.
Além disso, o alto tráfego de dados proporcionado pela rede 5G, vai mudar a forma com que os data centers estão distribuídos.
Hoje, existem cerca de 100 grandes data centers no Brasil, com o 5G eles vão chegar aos milhares. Porém, com tamanho reduzido. Eles estarão mais espalhados pelas cidades e mais próximos das pessoas.
Segundo a Huawei, os centros de processamento de dados (a forma aportuguesada de data centers) foram responsáveis por 1% do consumo global de energia em 2019. Mas, eles podem chegar a impressionante marca de 20% em 2025.
Pra ilustrar isso, tenha em mente que o principal data center do Google — localizado em The Dalles, estado de Oregon, nos EUA — consome o equivalente de energia a uma cidade de 200 mil habitantes.
Tendo citado tantas vezes a palavra “energia” aqui, você pode imaginar que a conclusão desse texto seria afirmar que as grandes beneficiadas pelo crescimento do 5G serão as geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia. Ou, poderia dizer que as indústrias é que se sairiam bem dessa, com seus bens de capital sendo utilizados tanto na implantação da infraestrutura das redes de energia como nas de telecomunicação — além de se aproveitarem do que o próprio 5G proporciona, com os avanços da Indústria 4.0.
Essas duas hipóteses anteriores são válidas, mas, dado o nome dessa seção, não é por aí que vamos parar.
Um efeito positivo de segunda ordem decorrente do avanço da infraestrutura de suporte ao 5G pode ser a expansão do mercado nacional de FIIs. Essa não chega a ser uma especulação tão ousada assim, dado que temos os EUA pra usar de referência. Mas o fato é que, com a expansão do número de torres e de datas centers, os FIIs poderiam muito bem começar a abraçar esse mercado, já que os REITs desses dois setores foram por muito tempo destaque no mercado imobiliário norte-americano.
E, por falar em FIIs, fique ligado aqui e em nossas redes sociais porque, em breve, teremos novidades sobre eles! 👀
📜 Histórias de Mercado
Não se repetem, mas rimam.
O bilionário e o engraxate
Por @pedroaccorsi_.
Era outubro de 1929 e como fazia às quintas-feiras, John D. Rockefeller, um dos homens mais ricos da história, saiu da sua luxuosa mansão para se encontrar com seu engraxate ━ um jovem que não chegava a ter 20 anos.
Aquele era um momento que Rockefeller realmente gostava, já que seus encontros com o garoto sempre rendiam boas discussões. Naquele dia, as coisas não foram diferentes.
O assunto da vez foi a Bolsa de Valores. Na época, um clima de euforia e otimismo dominava o mercado acionário norte americano, afinal, os Estados Unidos viviam um dos melhores momentos da sua história, que ficaram conhecidos como The Roaring Twenties. Foi uma década de efervescência cultural e crescimento econômico e prosperidade generalizada.
Não à toa, o papo dos dois era sobre ações. Pior ainda, o moleque estava eufórico e queria contar para o Rockfeller sobre uns papéis que ele tinha certeza que iriam subir muito.
Acontece que toda aquela euforia do engraxate deixou o bilionário preocupado. Afinal, no início da década era basicamente impensável encontrar um engraxate que quisesse conversar sobre ações. Imagine então encontrar um com menos de 20 anos, que quisesse recomendar papéis que pudessem subir muito!?
Mais tarde naquele dia, ao chegar ao seu escritório , Rockefeller não teve dúvidas: entrou em contato com seu corretor e vendeu uma boa parte das ações que tinha em carteira. Ao justificar o que estava fazendo, disse: “Se o menino que lustra meus sapatos sabe tudo sobre o mercado, então algo muito errado está acontecendo”.
Nem é preciso dizer o que aconteceu depois disso, né?
Na semana seguinte, no dia 24 de outubro de 1929 (a famosa Quinta-Feira Negra), a Bolsa de Nova York entrou em colapso, dando início ao que ficou conhecido como “Crise de 29” ou “A Grande Depressão”. Rockefeller se safou, por ter vendido boa parte de suas ações após a conversa com o engraxate, e foi um dos poucos investidores que não teve seu patrimônio dilacerado.
Particularmente, se essa história for verdadeira — e o mais provável é que seja só mais uma das várias lendas que foram criadas na época — acho que o bilionário tinha que ter procurado o engraxate e dado uma graninha pra ele..
De toda forma, mesmo que seja só um mito, ela nos ensina uma lição importante: se todo mundo está eufórico e achando que nada pode dar errado, é hora de abrirmos nossos olhos e repensarmos nossas estratégias de investimentos. É bem provável que as coisas não estejam tão boas como aparentam e seja hora de vender. O excesso de confiança faz as pessoas tomarem decisões precipitadas.
Do contrário, se todo mundo estiver deprimido e fugindo do mercado de ações, pode ser que seja a hora certa de comprar.
Uma forma perfeita de você fugir dessas armadilhas que o mercado prega é com o VBox. Nele, a gente analisa cada mínimo detalhe das empresas listadas na B3, escrevemos o relatório mais completo do mercado sobre ela e definimos um valor justo para que você tome suas próprias decisões com coerência.
🍷 Sommelier
Consumimos de tudo. Trazemos o que importa.
🎙️ Podcasts
The Memo by Howard Marks
Por @thiagomd_1.
Aproveitando que a carta da Oaktree saiu nessa última sexta-feira, esse podcast facilita muito sua vida, já que é um compilado das cartas de Howard Marks, incluindo a última, sobre a qual falaremos na edição especial de junho do Diário.
Pra quem prefere ouvir a ler, The Memo é uma excelente opção, principalmente se você gosta de ouvir no carro ou durante uma caminhada matinal!
Se quiser uma sugestão, antes de escutar a última carta, comece pelo terceiro episódio, que fala sobre a bolha .com americana. Vai ser uma ótima forma de ir aquecendo os motores, enquanto a edição especial do Diário não chega.
📃 Artigos
Teleconferência de resultados: o que realmente importa?
Por @idvalor_fin.
“Nas linhas descubro o que todos sabem
Nas entrelinhas o que realmente interessa”
(Provérbio Chinês)
Se você está em uma loja especializada em um produto ou serviço e fica em dúvida se ele é bom, talvez não seja uma boa ideia perguntar para o dono, concorda? Por mais gente boa e honesta que ele pareça, existe um interesse óbvio na resposta. Geralmente recorremos a outras fontes: sites de busca, redes sociais, amigos, conhecidos e por aí vai.
Fazemos isso o tempo todo, na verdade! Aposto que quando você vai viajar, não escolhe a casa que vai ficar somente pela descrição de quem aluga e, ao comprar um carro, tenho certeza de que dá mais ouvidos ao seu mecânico do que ao vendedor.
No mercado financeiro enfrentamos um dilema parecido. Quando procuramos por informações sobre uma empresa, boa parte tem como fonte... a própria empresa!
É isso que acontece, por exemplo, na apresentação das teleconferências de resultados. É claro que as companhias não “inventam” dados (tudo bem, acontece às vezes...), mas elas podem direcionar o público — no caso, você! — dando ênfase às informações positivas, que elas querem que você saiba, e se “esquecendo” das informações não tão boas assim...
Como escapar da armadilha do auto interesse? Um artigo publicado recentemente na Revista de Administração de Empresas (RAE) da FGV pode nos ajudar!
A ideia dos autores foi analisar as transcrições de teleconferências de empresas listadas na B3, avaliando se o conteúdo da fala dos participantes tinham um tom mais negativo ou positivo, de acordo com as palavras que eles utilizavam. Depois disso, eles observaram o retorno da ação da empresa nos dias seguintes (janelas de 1 a 30 dias).
Ao todo, eles analisaram 1.165 transcrições relativas ao período de 2010-2017 de 44 companhias listadas. Para isso utilizaram um “dicionário” de palavras, com base em estudos anteriormente já realizados, que classificavam centenas de palavras normalmente utilizadas nessas teleconferências como positivas e negativas. Assim, eles foram capazes de identificar o “tom” das falas! (essa técnica é conhecida como “análise de conteúdo'').
Se você nunca participou de uma teleconferência (você deveria!), ela tem dois momentos: a fala inicial dos membros da empresa, CEO, CFO, diretores, e um momento de interação em seguida, em que analistas fazem perguntas e considerações sobre os resultados (Q&A) — e é exatamente aqui que está o “pulo do gato” da pesquisa!
Alguns dados talvez não te surpreendam, por exemplo: 1) o tom dos gerentes e diretores da empresa é mais positivo do que dos analistas; 2) o CEO é quem utiliza as palavras mais positivas entre os gerentes e diretores da empresa; 3) ações de empresa que tiveram uma teleconferência com tom positivo tendem, em geral, a performar (ter um retorno acima do IBOV) levemente melhor nos dias seguintes.
Agora sim, o resultado mais legal: o “tom” que realmente importa para o desempenho das ações não é dos gestores e diretores da empresa, mas sim dos analistas!
Não importa muito se o CEO está empolgado e fala maravilhas da empresa — como o dono da lojinha provavelmente faria. Mas se os analistas adotam um tom positivo, aí sim, a chance de a empresa estar bem (e performar bem) é muito maior.
Que lições podemos tirar desse estudo para nossos investimentos?
Em primeiro lugar, participe das teleconferências ou se informe sobre elas. (Nós aqui da Edufinance assistimos todas elas para montar o VBox);
Ao participar, tenha uma postura cética, especialmente com relação ao tom otimista do CEO, CFO, gerentes e diretores. Faça uma análise crítica de suas falas;
Por fim, e mais importante, dê atenção especial ao momento Q&A da teleconferência e ao “tom” dos analistas. É aqui que podemos realmente ter um bom "termômetro" do que está acontecendo de verdade com a companhia.
⏳ Atemporalidades
Leia agora, leve pra vida.
Se você quiser tomar a decisão incorreta, é só perguntar para todo mundo. — Naval
Quanto mais bem-sucedido você for, mais humilde você deve ser, porque você entende a rapidez com que tudo pode mudar. — Orange Book
Qual sua sombra? Pergunta psicanalítica. — Karnal
Por hoje é só pessoal 🤙
Bebam café, se hidratem e aprendam sobre ciclos de mercado!
Boa semana e bons negócios!
Tem alguma dúvida, crítica ou sugestão pro Diário? É só responder esse e-mail, comentar aqui embaixo se você estiver vendo pelo Substack ou mandar uma mensagem no Twitter/Instagram de qualquer um dos nossos analistas!
Revisado e editado por @guilhermevcz e @thiagomd_1.