Diário de Omaha volta das cinzas
Cansamos de ler notícias chatas. Vamos trazer só o que vai importar nos próximos 10 anos.
🗞 Diário de Omaha
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Segundou. E pra deixar sua segunda-feira mais feliz, trouxemos de volta a lendária Newsletter escrita diretamente pelo W̶a̶r̶r̶e̶n̶ ̶B̶u̶f̶f̶e̶t̶ time do Edufinance: o Diário de Omaha.
Aqui, escrevemos tudo o que nós queríamos ler, mas não encontrávamos em lugar nenhum:
A visão de como as 📰 notícias impactam as empresas
Curadoria de 📃Artigos, 📚 Livros e 🎙Podcasts
Presentes exclusivos pros assinantes 🎁 (vamos explicar em um próximo Diário).
Conteúdo atemporal, que você ainda vai lembrar daqui a 10 anos (afinal, ninguém aguenta mais o bombardeio de informações superficiais e passageiras)
Tudo isso com aquela linguagem simples, do dia a dia. Porque quem tem pressa não tem tempo pra formalidades ✌.
A partir de hoje, o 🗞 Diário de Omaha chegará pra você toda segunda-feira.
Se você não quiser receber, é só clicar em "Unsubscrive” (ou algo assim), lá no final. De qualquer forma, eu não faria isso se fosse você. Afinal, não é todo dia que você recebe uma carta direto de Omaha.
☕ Expresso de Notícias
Curto e sem açúcar.
Farmácias
Para a surpresa de absolutamente ninguém, o Grupo Ultra está com dificuldade para se desfazer da Extrafarma.
O que a RD está tentando fazer parece ser o mesmo que fez quando adquiriu a Onofre. -Comprou uma rede deficitária, que o controlador queria vender de qualquer jeito, e converteu as lojas para as marcas das suas bandeiras (Raia e Drogasil), integrando os pontos à logística da empresa e aproveitando os ganhos de escala da sua operação.
Assim, conseguiu tornar esses pontos lucrativos em pouco tempo. Vamos ver quais vão ser os próximos capítulos dessa novela...
Varejo
A pandemia veio com tudo em 2020 e paralisou o comércio no mundo todo. Com o lockdown, todas as lojas tiveram que fechar suas portas e o resultado disso já deu as caras nas DREs das empresas.
Algumas, no entanto, não se prejudicaram tanto nesse processo. O que elas tinham de diferente? O e-commerce. Em tempos de isolamento social, não é segredo que esse canal explodiu.
Empresas como o Grupo Soma conseguiram a proeza de vender "apenas" 36% a menos do que o 2T20. Por sua vez, outros players que não tinham um e-commerce tão preparado, como Grendene e Vulcabras, chegaram a ter seus resultados cortados em mais da metade🔪.
Como essas empresas não davam muita importância para as vendas online, costumavam delegar o site para terceiros, que ficavam responsáveis por cuidar dele. Como diz o ditado: “olho do dono é que engorda o boi”. O resultado foi chocante. No 2T20, as vendas da Grendene caíram 85% e da Vulcabras, 70%.
Essa situação causou uma “corrida espacial” versão e-commerce. Agora, inovações como live-commerce e mordomias proporcionadas pelo omnichannel viraram a regra. Isso deixa a pergunta: seria a pandemia o marco do fim do varejo físico? Esse artigo diz que não 🤔
Energia
Como não era de se esperar, o governo "manteu" a bandeira amarela em fevereiro.
Você já deve estar careca de saber que o sistema elétrico brasileiro é muito dependente das usinas hidrelétricas. Só para você ter uma ideia, + de 60% da capacidade que o Brasil tem de gerar energia está nas mão das hidrelétricas. Por ser muito dependente dessas usinas, automaticamente o país fica à mercê das chuvas.
“E se chover pouco?” Bom, se chover pouco, as termelétricas têm que ser acionadas. Como elas são mais caras, o preço da energia aumenta.
Por isso, em 2015, entrou em vigor o Sistema de Bandeiras Tarifárias 🏳. Ele foi criado para ajustar o preço da energia de acordo com as condições de geração. Ele funciona da seguinte maneira:
Bandeira verde - condições favoráveis de geração de energia;
Bandeira amarela - condições de geração menos favoráveis;
Bandeira vermelha (Patamar 1) - condições mais custosas de geração;
Bandeira vermelha (Patamar 2) - condições ainda mais custosas de geração.
Se levarmos em consideração a bandeira atual (amarela), poderíamos levianamente concluir que o país está passando apenas por um mero período “menos favorável”. Na prática, no entanto, não é isso que está acontecendo.
O país entrou em fevereiro com o nível dos seus reservatórios beirando os 30% da capacidade máxima. O período mais chuvoso que vai de Dezembro até Março é o grande responsável em encher os reservatórios das usinas. Até agora, metade do período já se passou e as chuvas ainda não vieram.
Além disso, ainda existia até a pouco o risco da redução na vazão da usina de Belo Monte, que afetaria drasticamente a geração hídrica do país. Felizmente, o governo
De qualquer forma, o momento é de cautela e tudo indica que a bandeira amarela não condiz muito com a realidade.
Agora, só nos resta apelar para a dança da chuva, pois, se a tempestade não vier, as térmicas vão ser acionadas a todo vapor. No final das contas, quem vai pagar o pato são as empresas que geram energia através das hidrelétricas e você, o consumidor final.
SPACs
A febre dos SPACS continua em ritmo acelerado (e o Brasil, agora, entrou no jogo)
Em 2020, rolaram 480 IPOs nos EUA. Mais da metade – 248 – foram SPACs.
Depois que o ano virou e a largada para os IPOs foi dada, os SPACs saíram cantando pneu 🚗💨:
Pra quem não conhece, SPAC é a sigla para special purpose acquisition company. Como brasileiro não tem muita paciência pra nomes difíceis, aqui eles ficaram conhecidos mesmo como "os IPOs do cheque em branco".
Os SPACs funcionam mais ou menos assim: os sponsors, como são chamados os gestores de um SPAC, levantam dinheiro junto a investidores com a promessa de comprar uma ou mais empresas não listadas (que não são negociadas na bolsa). E é aí que está o diferencial: ninguém sabe qual empresa vai ser adquirida, nem mesmo os sponsors.
É claro que eles já têm alvos em mente, mas nos documentos do SPAC muitas vezes não é especificado nem mesmo o setor ou o país de origem da empresa que eles pretendem comprar. O que você vai ver é algo como: “vamos investir em uma empresa de growth da América Latina” ou “buscamos empresas tech que atuem com IA, cloud e software”.
O valor mínimo das captações costuma ficar na casa dos 200 milhões de dólares e pra usar esse dinheiro há uma condição: é preciso fechar o negócio num prazo determinado, geralmente em até 24 meses (se não a grana volta pros investidores). Pra conhecer mais detalhes sobre o funcionamento de um SPAC, dá uma olhada nesse artigo de Harvard, que traz uma ótima explicação.
“Ok, mas e aqui no Brasil, como isso funciona?”
No Brasil, os SPACs não são regulados, mas o movimento pra investir em empresas daqui e listá-las nos EUA já começou. O HPX Corp foi o primeiro a se mexer, levantando 220 milhões de dólares no ano passado. Os sponsors dele dizem que não têm um setor específico pra entrar, mas veem oportunidades especialmente em infra e bens de consumo.
Em fevereiro desse ano, o Itiquira Acquisition também levantou 200 milhões, pra investir numa empresa brasileira dos setores de tecnologia, healthcare, farmácia ou educação. A gestora SPX participou da oferta.
Outro nome de peso, o Softbank, pediu autorização à SEC para lançar um SPAC de 200 milhões de dólares para investir numa empresa de tech na América Latina. Nessa semana, o Alpha Capital, que tem como um de seus sponsors Alec Oxenford (co-fundador da OLX), levantou 230 milhões de dólares pra buscar empresas de tecnologia com foco no Brasil.
E, pra fechar a conta (ao menos até o momento), temos a Dynamo. Sim, – talvez – a gestora mais admirada do Brasil, anunciou na quarta-feira, dia 24, que vai lançar um SPAC pra criar uma nova holding de marcas no setor de cosméticos, uma L’Oréal 2.0.
É claro que nem todo mundo gosta desse negócio de SPAC. Charlie Munger, best friend forever de Warren Buffett, por exemplo, não gosta nenhum pouco . Ele disse que o “mundo seria um lugar melhor” sem as empresas de “cheque em branco” e que “a classe dos banqueiros de investimento está disposta a vender 💩 desde que haja comprador.”
O baile segue enquanto tiver música tocando, então fique esperto pra deixar o salão antes da última dança 👀.
🍷 Sommelier
Consumimos de tudo. Trazemos o que importa.
🎥 Videos
A Ford anunciou, no começo de 2021, que iria parar de produzir veículos no Brasil. Porém, essa não é a 1ª vez que a montadora resolve nos deixar 😢.
Em 1927, Henry Ford fechou uma parceria com o governo brasileiro para criar uma cidade em plena Floresta Amazônica voltada para a produção de látex — que é extraído da seringueira, árvore nativa da região. A cidade, que ficou conhecida como Fordlândia, seria o polo fornecedor da matéria-prima usada para toda a fabricação de pneus da empresa.
Passados 17 anos e uma série de problemas (que foram desde a plantação incorreta de árvores até a revolta dos trabalhadores locais cansados de comer hambúrgueres pela dieta imposta, que era tipicamente norte-americana), a Ford resolveu encerrar o projeto no Brasil.
Esse é o pontapé do episódio 3 da docsérie “This Giant Beast That Is The Global Economy” que explica como a borracha atualmente sai do pequeno produtor, se “transforma” em um contrato de commodity negociado nas grandes bolsas do mercado asiático e... o motivo de, por mais incrível que pareça, o mundo estar suscetível a um apocalipse da borracha 🤯.
Do mesmo diretor de “The Big Short” (A Grande Aposta aqui no Brasil), a série investiga aspectos no mínimo curiosos da economia global. Vale a pena dar uma conferida, apesar de algumas piadas duvidosas 🤨 do ator e apresentador Kal Penn, que fique avisado. Disponível no Amazon Prime.
🎙 Podcasts
Senhoras e senhores, Naval Ravikant.
Pra quem não conhece: Naval é um indiano, criado em Nova York, que saiu do zero e fundou a AngelList. Focando muito nos fundadores e na capacidade de alavancagem das empresas, ele investiu em gigantes como Uber, Twitter, Notion e Stack Overflow quando elas ainda eram só mais um na fila do pão. Ao todo, ele conseguiu a proeza de colocar seus dólares em mais de 10 unicórnios (startups que chegaram a valer mais de US$1 bilhão).
Eis que um belo dia Naval decide “quitar” do jogo. Largou o cargo que ocupava na maioria de suas empresas e passou a focar em coisas como filosofia, meditação e nutrição.
Agora, eles nos presenteia com toda a sabedoria de quem se deleita do ócio criativo. Nesse episódio, Naval e Tim Ferriss conversam sobre Felicidade, Ansiedade e… Criptomoedas.
Foi, sem dúvidas, o que fez o singelo editor que vos escreve mudar a opinião que tinha em relação ao Bitcoin.
É pra assistir e reassistir 👏.
📜 Artigos
Por hoje é só pessoal 🤙
Bebam café, se hidratem e não deem all-in em opção sem liquidez.
Boa semana a todos e bons negócios!