A disputa pelo mais rápido...
e pelo mais barato. Análise Bottom-up vs Top-down. Por que pessoas normais agem como loucas nos finais de semana (ou Robinhood: vol é vida) e Iron Maiden é buy.
☕ Expresso de Notícias
Curto e sem açúcar.
Varejo
A disputa pelo mais rápido
Magalu, Mercado Livre e Americanas estão numa corrida de 100 metros 🏃♀️🏃🏃♀️.
Na linha de chegada, as 3 passam juntas, uma do lado da outra. Obviamente, cada uma puxa a sardinha pro seu lado e diz que chegou primeiro pra levar a medalha de ouro pra casa 🥇. Quem decide quem leva?
Basicamente, esse é o enredo dessa matéria. O trio de empresas disputa o título de possuir a entrega mais rápida.
A partir daqui a modalidade deixa de ser corrida e passa pro box 🥊.
Tudo começou com o Mercado Livre, que no ano passado, chamou pro ringue a Magalu e a Americanas ao entrar com um processo no Conar - Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária contra as duas.
A Magalu não deixou barato e no começo do ano devolveu com um direto, processando também o Meli.
Enquanto isso, a Americanas decidiu não peitar ninguém — vocês duas que se resolvam aí 😤 — já que pra ela o uso da expressão foi só com a Black Friday de 2020, onde ela “oferecia a modalidade mais rápida de entrega em produtos e locais elegíveis”.
Assim a luta principal ficou mesmo pra Meli vs Magalu mas, aparentemente, ela terá ainda muitos rounds pela frente. Ambas prometem apresentar comprovações que lhes garantam ser “a mais rápida”.
A briga vale a pena: o e-commerce atingiu um faturamento de R$ 87,4 bilhões em 2020 com todas botando uma grana pesada na logística em transportadoras, motoristas, galpões e CDs próximos dos grandes centros de consumo.
Só que, e quando não é o desespero de ter o produto em mãos o quanto antes que conta mais, mas sim preço?
… e pelo mais barato
Essa é a luta que o Grupo Pão de Açúcar decidiu entrar. Durante a apresentação da divulgação de resultados que rolou nessa semana, Jorge Faiçal, CEO da empresa, soltou: hipermercado caro hoje no país é hipermercado morto.
O Extra ressuscitou seu slogan: “Mais barato, mais barato Extra!” e desde abril, tenta emplacar a ideia de estar trabalhando com preço de atacado, além de ter lançado um desafio no qual eles garantem ter o melhor preço do mercado, cobrindo o valor de qualquer produto que o consumidor encontre mais baixo em outra rede.
A verdade é que os hipermercados parecem estar num beco sem saída: de um lado, são atacados pelos atacarejos; do outro, pelas lojas de proximidade. Quem vai ganhar essa disputa?
No Valuation Box do Grupo Pão de Açúcar que sai em breve — e não podemos deixar de dizer: o mais completo que já fizemos — falamos não só sobre a dinâmica de funcionamento dos supermercados, mas destrinchamos ponto-a-ponto TUDO sobre o case de GPA, que é, sem dúvidas, um dos mais interessantes dos últimos tempos da bolsa brasileira.
🍷 Sommelier
Consumimos de tudo. Trazemos o que importa.
📜 Cartas dos Gestores
O último memo de Howard Marks trata do clássico embate entre análise bottom-up vs análise top-down.
Marks, declaradamente, joga no time bottom-up (nós aqui do Edufinance também):
Um dos seis princípios da filosofia de investimento da Oaktree afirma categoricamente que não baseamos nossas decisões de investimento em previsões macro.
Pra quem quer um resumo, a IP Capital traduziu alguns trechos e publicou em seu Instagram:
📰 Artigos
Nesta semana, o Robinhood, app de negociação de ações e outros ativos, fez seu IPO na Nasdaq, sendo avaliado em cerca de 32 bilhões de dólares.
Com 22 milhões de usuários — a empresa conseguiu capturar 50% de todas as contas abertas em corretoras entre 2016-2021! — e US$ 80 bilhões de AUM (Assets Under Management, ativos sob gestão, em português) o valor de mercado do Robinhood é equivalente a um quarto da Charles Schwab, a maior corretora do mercado norte-americano, que tem 32 milhões de clientes e 7,6 trilhões de dólares sob gestão.
Mas não é sobre a comparação entre as duas corretoras que viemos falar.
O ponto é que quase metade dos usuários do Robinhood usam o app diariamente, checkando em média sua conta 7x por dia 😳. Exagerado pra um investidor de varejo?
Paul Skallas, mais conhecido como Lindy Man — se você manja de Taleb, sim, esse nome vem do Lindy Effect que o autor apresenta em A lógica do Cisne Negro e detalha no Antifrágil, além desse artigo — tem uma explicação:
Acho que tem a ver com a sensação de não sentir volatilidade suficiente no trabalho. A maioria das pessoas com ‘trabalhos normais’ fica entediada. Elas não podem sair. Elas querem desfrutar de algum estímulo. E ver seu dinheiro subir ou descer ou negociar ações diariamente pode fornecer alguma volatilidade para o seu dia. Porque você naturalmente não tem isso sendo um funcionário. É uma extensão […] do porque pessoas aparentemente normais agem como loucas nos fins de semana.
🎃 Off-topic
Nem só de mercado vive o homem.
O Iron Maiden lançou recentemente uma música inédita depois de mais de cinco anos sem novidades. Em menos de 24 horas, o videoclipe já havia ultrapassado a marca de 1 milhão de views. Agora, quase 2 semanas depois, enquanto escrevemos este Diário, ele acaba de ultrapassar os 8 milhões. Nada mal pra uma banda com mais de 45 anos de idade e formada por “senhores” com mais de 60, né?
A animação, que conta com esqueletos, motocicletas, cenário apocalíptico, vários easter eggs e uma treta gigantesca, fica ainda mais interessante ao sabermos que teve participação de uma equipe de brasileiros em sua produção.
Mas, voltemos a falar da banda, trazendo 2 números importantes pra conversa: eles já fizeram mais de 2.500 shows e, de acordo com o MD Daily Record, até 2021, todos os lançamentos audiovisuais da banda venderam mais de 200 milhões de cópias em todo o mundo (incluindo aqui álbuns, singles, os saudosos VHS, DVDs e compilações).
A própria longevidade do grupo é um fator importante, já que, aparentemente, mais difícil do que gerenciar uma empresa é gerenciar uma banda — afinal, quantas não acabaram logo no auge depois de brigas entre seus integrantes? — assim, o Iron Maiden é mais um exemplo dos benefícios do lindy effect.
Agora, com data de lançamento de seu novo álbum (o 17º da carreira!), Senjutsu, marcada pra 3 de setembro, não é difícil imaginar que o Iron vai “lotar” estádios por qualquer local que quiser passar — claro, esse é um lotar entre aspas dadas as restrições do Covid-19 — e ainda ganhar uma bela grana com merchandise.
Marca forte e consistência no longo prazo — pra bandas ou empresas — são primordiais.
Por hoje é só pessoal 🤙
Bebam café, se hidratem e muito cuidado com a pandemia!
Boa semana a todos e bons negócios!
Como sempre, aule! 👏